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3 roteiros fora do óbvio no Circuito Serras de Ibitipoca, em Minas Gerais


Encontro entre o sul de Minas Gerais com as bordas da Zona da Mata. Campos e vales verdejantes, cachoeiras e estradas que cortam paisagens de belezas naturais cênicas. Assim pode ser resumido, se é que pode, o Circuito Serras de Ibitipoca, que abrange 10 municípios mineiros com muitas possibilidades de vivências turísticas, para os mais variados perfis.


Algumas delas se encontram em Santa Rita de Jacutinga, destino ainda pouco explorado, mas que reserva alguns roteiros fora do óbvio dentro e surpreendentes desse circuito. Quer saber mais? Confira!






1 - Cachoeira Boqueirão da Mira, visual único e encantador


Cachoeira Boqueirão da Mira
Cachoeira Boqueirão da Mira

Um dos cartões postais da cidade que pode ser visitado em qualquer época do ano, a cachoeira Boqueirão da Mira tem um visual único e encantador. Um cânion majestoso que forma uma fenda entre dois paredões de pedra que beiram os 85 metros, entrecortado pelo Rio Pirapetinga, de águas bem refrescantes, onde se forma uma incrível piscina natural, possível de atravessar para curtir a vista debaixo e por entre a fenda. Daquelas paisagens que impactam pelo poder e imensidão da natureza, que com certeza valerão fotos e momentos inesquecíveis.


Catalogada como APA (Área de Preservação Ambiental), é um dos principais roteiros ecológicos da região. A trilha, apesar de acessível, deve ser feita de preferência com a presença de um guia ou condutor de turismo. Ali é possível respirar o ar puro e admirar diversas bromélias, aves, pássaros e toda exuberância da mata nativa.

Por entre as fendas, dizem que passavam o ouro contrabandeado da Estrada Real, motivo que fez a própria cidade de Santa Rita ser chamada por “terras proibidas”, já que o governo imperial brasileiro havia proibido a circulação de pessoas para evitar o extravio o ouro da coroa. Essa é mais uma das histórias que permeiam a região e geram interesse e curiosidade.


Para chegar ao Boqueirão da Mira é preciso ir a Vila do Cruzeiro, a 15km de Santa Rita de Jacutinga, cortando estradas rurais que já valem o passeio por si só. No final do passeio, fica a dica para uma refeição totalmente caseira, deliciosa, no Restaurante Rural da Dona Tereza, feita no forno à lenha.


2 - Memorial Padrinho Vigário + Igreja Matriz + Igreja do Alto



Igrejinha do Alto - Capela do Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Monte Calvário
Igrejinha do Alto - Capela do Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Monte Calvário

Quem visita Santa Rita de Jacutinga deve saber que ela é uma cidade de herança colonial e bastante católica. Com sua história contada através da arquitetura, cultura e religião, ela encontra com um personagem marcante até hoje: o Monsenhor Marciano Bernardes da Fonseca, o Padrinho Vigário.


Ele esteve ligado, sempre com muito afeto, à vida de santarritenses, desde sua chegada, com envolvimento direto na educação e as causas locais, do progresso e emancipação do município. Pároco da Igreja Santa Rita de Cássia, a Igreja Matriz, realizou o batismo de inúmeras crianças e contribuiu com construção de diversas capelas. A sua grande obra foi a Santa Casa de Misericórdia e a Capela do Santuário de Nossa Senhora Aparecida do Monte Calvário, a Igrejinha do Alto, inaugurada em 1912. Esta também se tornou um roteiro tradicional da cidade, principalmente de devotos e devotas, além de pessoas interessadas no turismo religioso.


Situada no Monte Calvário – mirante da cidade com vista panorâmica a 800 metros de altitude –, para chegar até lá é preciso passar por um caminho em ziguezague de 1.040 metros de extensão, pontuado por 14 pequenas capelas que remetem às 14 estações da Via Sacra.


Um passeio bem tranquilo e gostoso de fazer, iniciado a partir do centro da cidade, por onde passam grupos de turistas, seja no início da manhã em meio ao orvalho, ou no fim de tarde contemplando a vista e o pôr do sol. Com certeza é um dos melhores pontos da cidade para apreciar a paisagem, uma vista de quase toda a cidade num ângulo visão de 180 graus. Além disso, é palco de uma das mais lindas demonstrações de fé, já que anualmente no dia 1° de maio, há uma procissão rumo ao monte Calvário em homenagem à padroeira da cidade: Nossa Senhora Aparecida.


Com uma importância histórica reconhecida pela fé, devoção e carinho, entrou em processo de canonização, algo que alegra devotos e devotas da cidade e do Brasil. A história do Padrinho Vigário, por si só já faz de Santa Rita um local de aprendizado e imersão na cultura mineira. Que é enriquecida, valorizada e divulgada através do Memorial, aberto ao público.


Durante o City Tour, é possível visitar o memorial em sua homenagem, localizado na casa onde ele viveu. No mesmo dia deste passeio pela cidade, a dica fica para conhecer a belíssima e também tradicional Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia.

Igreja Santa Rita de Cássia
Igreja Santa Rita de Cássia


Ela impressiona e emociona por sua beleza e grandiosidade, de linhas arquitetônicas imponentes, ângulos retos e belos afrescos em seu interior, inspirada na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora. A obra é assinada pelo pintor italiano Victorio Goretti, primo de Santa Maria Goretti, jovem mártir canonizada pelo Papa Pio XII em 1950.


É um ótimo local para que busca um tempo conhecer a história, recarregar energias, refletir e meditar, aproveitando o silêncio para suas orações.


3 - Volta das transições, roteiro de cicloturismo


Quem pratica o cicloturismo deve conhecer, mas se ainda não, saiba que a Volta das Transições já é um roteiro clássico no Brasil. Inaugurada em 2016, possui mais de 400km de extensão e é dividida em 7 etapas, sendo o 1ª roteiro de cicloturismo da Zona da Mata mineira. Seu nome é inspirado a partir das transições de relevo, clima, vegetação, fauna, flora, cultura e história que compõe o trajeto, sendo uma experiência pra lá de intensa e divertida para quem vivencia e, assim, inesquecível.



Trecho Volta das Transições - Rota de Cicloturismo
Trecho Volta das Transições - Rota de Cicloturismo - Foto: Mauricio Brasilli

Com a liberdade que uma viagem sob duas rodas pode oferecer, sentido o vento na cara e o canto dos pássaros, a Volta pode ser iniciada a partir de qualquer etapa ou local. Santa Rita de Jacutinga é, oficialmente, o início e o fim da Volta das Transições. A etapa inicial fica no centro da cidade, onde outrora existiu a linha férrea que se conectava até a Central do Brasil, no Rio de Janeiro.


Pela região emoldurada pelas montanhas e vales verdes, cicloturistas se surpreendem com os principais atrativos naturais e históricos em seu caminho. E, de quebra, se encantam com a simplicidade e hospitalidade do povo mineiro.



Assim como todo destino do estado, Santa Rita de Jacutinga oferece um cardápio extenso de experiências genuínas: como sua culinária típica da roça, farta, natural e saborosa, além das festas culturais com apelo religioso e muita aventura e curtição em meio à natureza bastante preservada.


A diferença do destino para os outros perto de Ibitipoca está no fácil acesso, especialmente para quem vai de carro – está a menos de 100km do Parque Estadual do Ibitipoca. E também na questão de valores para se hospedar, comer e “turistar”.


Ou seja, Santa Rita de Jacutinga se apresenta como uma opção longe dos holofotes e aglomerações de polos mais “bombados”. Pode ser incluída em um roteiro de quem está por perto, seja de passagem por alguns dias, no início ou final de uma viagem.


Então, se por acaso o Circuito Serra de Ibitipoca está em seus planos de viagem, que tal incluir Santa Rita de Jacutinga neste mapa?


Sobre o Circuito Serra de Ibitipoca

O Circuito Serras de Ibitipoca abrange os municípios de Rio Preto, Lima Duarte, Bias Fortes, Ibertioga, Santana do Garambéu, Santa Rita de Ibitipoca, Olaria, Santa Rita de Jacutinga, Arantina e Bom Jardim de Minas. Cada um deles repleto de atrativos e atrações turísticas, que vão desde caminhadas, atividades de aventura em terra ou água e cicloturismo. Além disso, roteiros gastronômicos e muita, mas muita cultura, festas religiosas e história, marcada pelo ciclo do ouro, por fazendas centenárias, vilas e casarões com heranças coloniais.

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